sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Educação e Improviso

Infelizmente temos assistido, nos últimos tempos, a uma tentativa de culpar professores por todas as mazelas educacionais brasileiras. Estas, muitas vezes, geradas por políticas públicas desconectadas entre si, que são essencialmente partidárias. Em São Paulo, por exemplo, nem isso, já que temos no poder um mesmo grupo controlando a educação há mais de dez anos, e eles não se entendem. Aqui a coisa é pior: temos políticas pessoais, nem partidárias são. Mas o que proponho como tema de discussão é a institucionalização do improviso como uma prática didática. Isso é muito comum, infelizmente. Se não tem o livro, passa na lousa, se não tem o cd, pirateia, se não tem biblioteca, junta os livros numa caixinha, se não tem equipamento esportivo joga com bola de meia, salta com bambu... Será que não é preciso investimento em educação? Basta os professores adotarem o jeitinho brasileiro? Improvisar é a solução para tudo mesmo? Vamos parar de babosear e considerar a educação como algo sério, já que lidamos com seres humanos. Não deveríamos, portanto, tentar experimentar como se alunos fossem ratos de laboratório. Uma leitura errada de uma teoria pode fazer fracassar a aprendizagem de toda uma geração. Recentemente li na Folha que somente investir em educação não traz melhorias, que isso é um mito. Ora, obviamante, que SOMENTE isso não melhora, mas isso aliado a outras coisas, não é? Mas parece que o que se quer mesmo é investir (não financeiramente, claro...) no poder de criatividade do professor brasileiro...

Imprensa

Só para começar: um pouco de mau humor sempre é válido. Recentemente o governo federal lançou a bolsa celular e o jornalista Dimenstein falou na CBN que o programa provavelmente é eleitoreiro. Tudo bem, que seja eleitoreiro... Mas dias antes o mesmo jornalista dizia, sobre a lei aprovada pela assembleia estadual paulista (e de autoria do executivo estadual) que institui a remuneração de docentes por mérito, que isso mudaria a história da remuneração no país, que faria escola e bláblá. "Esqueceu", no entanto, de dizer que o projeto do governo estadual não vai conseguir atingir nem os 20% que o governo diz que atingirá, pois tem um monte de regras que todo mundo sabe que é quase impossível de cumprir. Esqueceu de dizer, também, que o projeto foi divulgado amplamente na mídia e aos próprios docentes através de carta mesmo antes de sua aprovação em assembleia (será isso eleitoreiro? um projeto que faz obaoba com a educação e que não vai trazer melhorias aos péssimos salários pagos aos professores?) e que o projeto praticamente congela o salário inicial dos docentes. Acho que alguém tem que perguntar ao jornalista quanto valerá R$ 6000,00 daqui vinte anos...
O jornalista precisa explicar por que certas coisas são eleitoreiras para uns e não são para outros. Até!