sábado, 14 de agosto de 2010

E um pouco de turismo

Um bom passeio é o Tren de la Costa. Coisa de primeiro mundo, muito silencioso, dá até pra dormir. Confesso que dei uma cochilada nele hoje enquanto ia para Maipu. Trata-se de um trem que vai margeando o Rio de la Plata até chegar ao delta do Rio Tigre (em Tigre). É um trem turístico, mas dá pra dizer que é um passeio barato. Custa 30 pesos ida e volta (cerca de 15 reais). Claro que se pensar no preço do trem ou do metrô aqui, torna-se caro - o metrô custa aqui 1,10 peso (55 centavitos de real) e o trem, dependendo do destino também é por aí. Sim, é possível ir de TBA (trenes de Buenos Aires) até Tigre, aí da pra ver o contraste do trem pra turista e trem pro povo. Fiz mais ou menos isso, hoje. Saí do centro de BsAs, da estação Pasteur da linha B do metrô, fiz a combinação com alinha C até o terminal Retiro, de onde saem os TBA, de lá peguei o trem para San Isidro (uma cidadezinha muito simpática da grande BsAs) - lá aos sábados e domingos rola uma feira de artesãos, muito boa; também as construções são muito bonitas (nota: brasileiros aos montes). Depois, de San Isidro fui de TBA até Tigre (até esse ponto gastei 2,90 pesos!). Em Tigre peguei o Tren de la Costa, que vai até Maipu , onde se pode fazer combinação com o TBA e chegar até o terminal Retiro novamente. 
Além de curtir o trem pode-se também perceber - de dentro de um trem de "primeiro mundo" - as contradições do terceiro mundo. Vê-se, paisagens bonitas, excesso de grana (ostentada nas centenas de lanchas e iates que se pode ver em Tigre ou em algum canal de la Plata) e a falta dela (perceptível nas várias favelas que estão no caminho do trem).  

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mais Trabalho - Menos Turismo

Pensei que seria mais turista que trabalhador, mas já estou começando a achar que trabalho mais que faço turismo. Para quem não sabe, estou por aqui para pesquisar quadrinhos argentinos, ou mais especificamente, tiras cômicas que incluam personagens infantis. 
Achei que não iria a lugar algum, mas nos últimos dias, surgiram, com o apoio de uma professora daqui (que não conheço pessoalmente, mas que me está ajudando por e-mail - paradoxalmente estou em seu país e falo com ela exclusivamente por e-mail - coisas da modernidade) muitas coisas, quero dizer muitos personagens. Além de Mafalda, que todo mundo conhece, há por aqui (vou citar por ordem de descoberta) Yo, Matias de Sendra, Malena - la nena alcoholica de El Bruno, Batu de Tute, Auxílio de Rep, além de personagens periféricos...
Já tenho bons materiais. O que vai me dar um bom trabalho pela frente. 
De dica turística, fica o Museu Nacional de Belas Artes (que fica na Recoleta), muita coisa pra se ver... (pintura, em especial...) 

sábado, 7 de agosto de 2010

Enquanto isso...

Enquanto na Plaza Francia, rolava a feira a que fiz menção na postagem anterior - feira muito bonita, por sinal, vale o passeio - esta invadida por turistas brasileiros, na Plaza del Congreso rolava um encontro das "Jornadas Nacionais de Arte e Saúde Mental". Já na tarde de ontem alguns eventos já começavam a acontecer, assisti uma mesa redonda ao ar livre nessa mesma praça, em que se discutiam coisas como internação em hospitais, a própria arte como terapia, etc.
O que consegui ver hoje foi a apresentação de pacientes de um hospital psiquiátrico, cujo nome não sei, eles cantaram, dançaram e se divertiram muito. Uma senhora cantou El dia en que me quieras, outra Quizás, quizás, quizás. Foi uma festival de desvios, todos perfeitamente desviantes do padrão social, uns desafinavam, outros esqueciam a letra, outros cantavam mais do que entusiasmados. Todos muito felizes, mostrando  que os padrões são mais loucos que a própria loucura e que segui-los, muitas vezes, é muito chato. Viva la locura!

Turistas e a maldição das fotos

Num dos passeios que fiz aqui em BsAs (Jardim Japonês, para ser mais específico), fui interpelado por uma moça para que tirasse uma foto dela com mais duas pessoas. Evidenciou-se, é claro, minha falta de traquejo com o aparelho, que na verdade era um celular. Perguntei-lhe onde apertava para tirar a foto e ela me instruiu. Tirei a foto e todos eles agradeceram. Juro que não me importei com isso, e não me importaria em fazê-lo novamente.
O que me importa é o fato de que as fotos tenham virado praga. Explico-me. Uma das coisas que sempre faço, e que, por estar aqui sozinho, venho fazendo com mais frequência, é observar tipos. Talvez seja uma obsessão em notar regularidades em pessoas, tentando provar pra mim mesmo que há poucos tipos, e que, sendo assim, as pessoas são bem parecidas entre elas, embora façam de tudo para parecer diferentes. Vamos a alguns episódios "fotográficos".
Com o aparecimento das máquinas digitais e celulares "faz tudo" as pessoas passaram a fotografar cada vez mais. E isso, no meu ponto de vista, se transformou numa espécie de maldição. Parece que as pessoas não saem mais para se divertir, ou para conversar, ou para namorar, mas para tirar fotos. Hoje, no momento em que estava sentado no terraço de uma galeria próxima à feira e ao cemitério da Recoleta, chegou um casal jovem com uma máquina em punho. O rapaz tirou umas quatro fotos da moça numa mesma posição, em ângulos quase idênticos. O sorriso no rosto dela, era o mesmo, armado, exatamente como faz minha filhinha Sophia, de três anos, ultimamente - mostrando forçadamente os dentes. Depois, a cena se repetiu com troca de papéis. Fiquei um momento sem observá-los e saí do local. Depois de uns dez minutos voltei e fiquei caminhando pelo espaço comum que há ali  próximo ao Hard Rock Cafe. Encontrei-os novamente e... câmera em punho, o rapaz tirava fotos da moça apontando para a logomarca do estabelecimento referido. Juro que não consigo entender o motivo de tantas fotos, não tinha nada ali que justificasse, o lugar era exatamente igual a qualquer outro do mesmo tipo. Valha-me Deus.
Um pouco antes, visitei uma igreja, colada no cemitério, por dentro muito bonita, por sinal, com adornos dourados em vários espaços. Entrei, sentei e fiquei ali por uns quinze minutos. Parecia entrevista do Lula,  dada a quantidade de flashes disparados, mas com um agravante, cinco ou seis câmeras. De novo o exagero, cinco ou seis fotos do altar, mais uma filmagem (de uma coisa parada...) e mais um tanto de fotos de outro espaço... Haja HD pra guardar tudo isso... Fico quase envergonhado de estar carregando uma câmera comigo...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

La ola se va, pero el frio se queda

Nem tanto assim... Mas foi a notícia que vi hoje na TV: a frente fria vai, mas o frio fica. Já deu pra sentir a diferença, está uns dez graus. Bem melhor assim.
Impressões gerais:
1- o povo portenho (ou boa parte dele) se esforça pra compreender o que se fala. (o que vai um pouco na contramão do estereótipo de argentino que construímos por aí) - ouvi-los, porém, não é tarefa fácil;
2- come-se muita carne mesmo;
3- as construções são muito bonitas;
4- os papelitos não estão só nos estádios, embora as ruas sejam até que limpas (com exceção dos excrementos caninos), em toda esquina da Corrientes tem cinco caras querendo te dar uma propaganda...
5- hoje fui na biblioteca nacional, bom lugar, pouco movimento, faz mas meu gênero, bem diferente do passeio de ontem que foi
6- Calle Florida, boa pra quem gosta de compras, o que não é meu caso. Muitas lojas já trazem dois preços, em Peso e Reales. Aliás, muito fácil de trombar com brasileiros por lá. Trombar mesmo, porque são todos deslumbrados, dão pinta de turistas mesmo, nem se importam, depois reclamam da sorte...
e
7- ainda não tomei nenhuma cerveja, mas já bebi muito vinho - realmente muito baratos.
8- hoje comprei quatro revistinhas do Patoruzito (um personagem dos quadrinhos de cá), acho que já comecei a trabalhar...


até

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Direto de BsAs Argentina

Aqui para um estágio, estou sofrendo um pouco com o frio. Por enquanto descobri que tem muitas livrarias, o que é um bom (ou melhor, ótimo) começo, e também que quando se entra nelas não te enchem o saco pedindo o que quer. Também o preço dos livros é de dar gosto, há muita coisa na casa dos 10 pesos, o que quer dizer entre 5 e 6 reais. Até 1 de setembro estou "argentino", pero hablando portunhol... e tentando noticiar as coisas como estão por aqui.