quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ainda sobre eleição

Não deveria justificar porque não voto no candidato tucano. Mas fiz isso em postagens anteriores e farei, novamente, nessa. Talvez com um pouco mais de sentimentalismo. O fato é que, como funcionário público de São Paulo, não posso deixar de dizer quão danosos foram e têm sido os governos tucanos para o funcionalismo, em especial o desse senhor que fez (e faz) de tudo para ser presidente da república (lembrem-se que foi o mesmo que disse que não deixaria a prefeitura de São Paulo e depois de dois anos... Também é o mesmo que deixou o governo do estado. Aliás há um vídeo do José de Abreu que circula na Internet, no qual o ator diz que nem o mandato de presidente da UNE o candidato cumpriu...).
Desde que os tucanos começaram a governar São Paulo, temos assistido a um arrocho salarial do funcionalismo. Em especial, quando se trata de professores, parece que a coisa é pior. Levantamento do Dieese mostra que o salário do professor atualmente perdeu aproximadamente 70% do valor que tinha em 1980. Não se trata apenas do professor de educação básica. Também os de nível superior têm enfrentado a mesma política. Brinca-se, com piadas sobre os salários de docentes das universidades paulistas, que há 20 e tantos anos o salário mensal comprava um Chevette (zero) e agora compra também, o mesmo Chevette, de 20 e tantos anos. 
Engraçado, no entanto, é que se diz por aí que o salário mínimo será de 600 reais. Também se diz que o salário mínimo do estado de SP é maior que o da nação. É fato que o tucano candidato lançou um programa que se chama "piso salarial paulista" e que realmente esse piso é maior que o salário mínimo. Mas vejam que esse piso, o governo não paga para seus funcionários. É um piso que se aplica apenas à iniciativa privada. 
O tucanato deve nutrir um sentimento não muito legal com relação ao funcionalismo, não há outra explicação. Não é possível acreditar que um governo tucano vai melhorar a situação do país e a vida das pessoas se seus governos não dão condições mínimas de trabalho (e por que não, de vida, já que os salários não conseguem mais cobrir basicamente o que se paga para viver em SP. Basta ver a situação de professores que têm que acumular dois empregos para sobreviver mais dignamente - há aqueles que trabalham mais de 50 horas com alunos) para seus funcionários, que, vejam, também são pessoas. Ah! Sim, os funcionários também são seres humanos, não é? Eles também têm família, necessitam morar, comer, vestir, etc.
Será que é por isso que a carreira de professor não atrai mais ninguém?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Arrogância do Seu Serra tá pegando nos seus colaboradores

Vejam: para os tucanos, todo mundo tem que falar igual a eles, ser do seu grupinho...

Repórter do NR e da RBA é ofendido por senador do PSDB

João Peres, nosso colaborador do NR e repórter da Rede Brasil Atual, profissional da mais alta competência teve ontem uma experiência desagradável e desrespeitosa.  Ele estava na cobertura do debate entre os presidenciáveis da Record, na noite de ontem, e na entrada da emissora, como todo repórter faz e é da profissão, foi conversar com os políticos que chegavam para acompanhar o evento.  O senador eleito por São Paulo, do PSDB, Aloysio Nunes, amigão do Serra, foi abordado pelo repórter que fazia a cobertura para a Rede Brasil Atual, que pertence ao mesmo grupo da Revista do Brasil, censurada recentemente pelo partido do senador em questão. Era perto da hora do debate, que começou às 23h, quando o senador eleito com mais de 11 milhões de votos indagou ao repórter:

- é ligada a quem essa revista?
- aos sindicatos
- que sindicatos? - falou a assessora do lado dele
- bancários, metalúrgicos, químicos...
- pelego, você é pelego - falou o senador
- não podemos conversar, senador?
- pelego. sua revista é financiada pelo PT...
- e a Veja, quem financia, senador?
- pelego
- que educação, senador
- pelego filha da puta. pelego filha da puta!

João me escreveu: "foi assim, gratuito. fiquei passado, triste mesmo. não que não devesse esperar isso, mas agora vai ser isso, vou ser rotulado logo de cara pelo veículo em que eu trabalho? ninguém associa a tucano-demo logo de cara um sujeito que trabalha na folha? uma noite horrível." Digo o seguinte: é preciso que os políticos respeitem o trabalho dos jornalistas. Esse clima de guerra entre PT e PSDB está doentio. João Peres é um trabalhador, um empregado de um veículo que, sim, tem ligações com os sindicatos. E daí? Isto é público e notório. Nada está escondido. Pergunto ao distinto senador: todos os metalúrgicos, químicos e afins são "filhos da puta", então? Eu sou "filho da puta" também, pois apesar de não ser petista, trabalhei na revista durante um ano. Eis mais um absurdo que se tornou estas eleições. Lastimável.
"A Editora Atitude, que publica os dois veículos (Rede Brasil Atual e Revista do Brasil), condena a postura do senador eleito e entende que liberdade de expressão não é agredir verbalmente quem está em seu direito constitucional de exercer a liberdade de imprensa, muito menos a função de um representante de um Estado no Senado Federal", diz o diretor da editora, Paulo Salvador.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Demissão da jornalista/psicanalista

Na postagem anterior disse que o Estadão fez bem em declarar quem apoia nas eleições. Mas esqueci de dizer que acho condenável demitir alguém porque tem uma opinião contrária à do jornal.
É, no mínimo, bem interessante gritar pelos ventos que se está censurado a não sei quantos dias e usar da mesma artimanha e calar a voz da psicanalista Maria Rita Kehl que escreveu contrariamente à posição do jornal. Também bem interessante é o fato do jornalão falar o tempo todo de uma possível regulação da imprensa, que isso é quebra da liberdade, etc, etc. e não deixar alguém expressar sua opinião. 
Abaixo o link de uma entrevista dada por Maria Rita Kehl ao Terra Magazine: 

Os jornais e a posição política

Editorial do Estado declarou apoio ao candidato tucano. Bom, muito bom mesmo. Acho, também, uma atitude digna. Não há porque se esconder atrás da inexistente neutralidade. É bom que a grande mídia diga de que lado está. Dessa forma, podemos perceber mais claramente as escolhas, as manchetes, as tendências no modo de apresentar os fatos (as notícias?), etc. 
Quem quiser ler o editorial, o link está aqui: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,editorial-o-mal-a-evitar,615255,0.htm. Lá pode-se ler além do apoio aberto ao tucano, uma crítica ao governo petista. Acho que tal crítica é impulsionada pelo que a grande imprensa vem chamando de censura, ou volta dela, além da posição que o jornal assume. Ou seja, não se pode ser contra um governo se não se tem nada contra ele.
Muito bem, pois quero frisar, que para mim, o mal a evitar é justamente o contrário do que diz o editorial do Estado. Não gosto de colocar as coisas assim tão dicotimizadas, bem ou mal, amor e ódio. Enfim, parece coisa de novela global. No entanto, já que as coisas são postas dessa forma, males que não gostaria de ver (repetidos ou não): a privatização desmedida, a precarização dos salários do funcionalismo, o sucateamento das universidades federais, o alinhamento incondiconal com políticas neoliberais, o DEM no poder, o estado mínimo, o engessamento das mobilizações populares, ufa! e poderia seguir a lista.
Assim como faz o Estadão, que declara apoio ao tucano não pelo que ele pode fazer pelo país, mas por ser contra o governo petista, declaro que sou contra os governos tucanos e que por isso voto na continuidade do PT no poder.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um texto

Abaixo texto que teria provocado a demissão da jornalista do Estadão. Há também os que dizem que não foi demitida, mas que está proibida de escrever sobre política...

Dois pesos...

02 de outubro de 2010 | 0h 00
Maria Rita Kehl - O Estado de S.Paulo
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.
Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.
Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.
Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.
O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".
Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.
Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Importante

Matéria da Folha indica que quase metade dos professores do estado de São Paulo sao temporários. Mais um argumento para se decidir em quem votar... Lembrem-se que o mesmo partido governa o estado há quase duas décadas. Mas se olharmos um pouco para trás veremos que o mesmo grupo comanda a educação há mais ou menos 30 anos (o secretário de hoje foi secretário no governo Montoro...). Depois ficam se dizendo defensores da democracia. Que democracia? A mesma que não recebe professores para negociar? A mesma que bate em professores? A mesma que bota polícia para bater em polícia? A mesma que não reajusta salários? A mesma que mantém um vale alimentação para os docentes fixado em QUATRO reais há dez anos?
Quem irão culpar pelo fracasso da educação paulista? Será que continuarão batendo em morto, como vêm fazendo os governantes com os professores? Educação é uma pasta estratégica. Se um mesmo partido não conseguiu melhorar efetivamente o ensino em 16 anos, resta apenas uma certeza: não há vontade política em melhorar! 
Então, cuidado com os tucanos (não com a ave, obviamente, que, infelizmente está associada a um partido político).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sigilo

Há momentos em que dá pra acredtar no PIG (partido da imprensa golpista) - nome criado por jornalistas para designar a imprensa de ampla circulação e que obviamente assume, seja de forma sutil ou escancarada, um lado, uma posição, principalmente no cenário político. 
Os novos "escândalos" envolvendo quebra de sigilo de pessoas ligadas a um candidato a presidente, cheiram a coisa de PIG. É impossível entender por que em toda eleição surgem dossiês, quebra de sigilos, e sempre contra um mesmo partido... Se os adversários desse partido fazem mesmo essa asneira - coisa da qual duvido - estão precisando melhorar muito seus métodos para tentar ganhar votos. Agora, se o tal PIG está envolvido nisso - coisa da qual não é impossível duvidar - é mesmo difícil de saber, já que a imprensa se reserva ao direito de preservar suas fontes. 
Mas que com essas quebras de sigilo a imprensa tem muito assunto para tratar, isso tem... Ah! Claro! O mais engraçado, é que sempre, em todos os escândalos envolvendo dossiês, quebra de sigilo etc., quem se "dá bem" não é o partido que supostamente promoveu os escândalos. Estranho, não é?

sábado, 14 de agosto de 2010

E um pouco de turismo

Um bom passeio é o Tren de la Costa. Coisa de primeiro mundo, muito silencioso, dá até pra dormir. Confesso que dei uma cochilada nele hoje enquanto ia para Maipu. Trata-se de um trem que vai margeando o Rio de la Plata até chegar ao delta do Rio Tigre (em Tigre). É um trem turístico, mas dá pra dizer que é um passeio barato. Custa 30 pesos ida e volta (cerca de 15 reais). Claro que se pensar no preço do trem ou do metrô aqui, torna-se caro - o metrô custa aqui 1,10 peso (55 centavitos de real) e o trem, dependendo do destino também é por aí. Sim, é possível ir de TBA (trenes de Buenos Aires) até Tigre, aí da pra ver o contraste do trem pra turista e trem pro povo. Fiz mais ou menos isso, hoje. Saí do centro de BsAs, da estação Pasteur da linha B do metrô, fiz a combinação com alinha C até o terminal Retiro, de onde saem os TBA, de lá peguei o trem para San Isidro (uma cidadezinha muito simpática da grande BsAs) - lá aos sábados e domingos rola uma feira de artesãos, muito boa; também as construções são muito bonitas (nota: brasileiros aos montes). Depois, de San Isidro fui de TBA até Tigre (até esse ponto gastei 2,90 pesos!). Em Tigre peguei o Tren de la Costa, que vai até Maipu , onde se pode fazer combinação com o TBA e chegar até o terminal Retiro novamente. 
Além de curtir o trem pode-se também perceber - de dentro de um trem de "primeiro mundo" - as contradições do terceiro mundo. Vê-se, paisagens bonitas, excesso de grana (ostentada nas centenas de lanchas e iates que se pode ver em Tigre ou em algum canal de la Plata) e a falta dela (perceptível nas várias favelas que estão no caminho do trem).  

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mais Trabalho - Menos Turismo

Pensei que seria mais turista que trabalhador, mas já estou começando a achar que trabalho mais que faço turismo. Para quem não sabe, estou por aqui para pesquisar quadrinhos argentinos, ou mais especificamente, tiras cômicas que incluam personagens infantis. 
Achei que não iria a lugar algum, mas nos últimos dias, surgiram, com o apoio de uma professora daqui (que não conheço pessoalmente, mas que me está ajudando por e-mail - paradoxalmente estou em seu país e falo com ela exclusivamente por e-mail - coisas da modernidade) muitas coisas, quero dizer muitos personagens. Além de Mafalda, que todo mundo conhece, há por aqui (vou citar por ordem de descoberta) Yo, Matias de Sendra, Malena - la nena alcoholica de El Bruno, Batu de Tute, Auxílio de Rep, além de personagens periféricos...
Já tenho bons materiais. O que vai me dar um bom trabalho pela frente. 
De dica turística, fica o Museu Nacional de Belas Artes (que fica na Recoleta), muita coisa pra se ver... (pintura, em especial...) 

sábado, 7 de agosto de 2010

Enquanto isso...

Enquanto na Plaza Francia, rolava a feira a que fiz menção na postagem anterior - feira muito bonita, por sinal, vale o passeio - esta invadida por turistas brasileiros, na Plaza del Congreso rolava um encontro das "Jornadas Nacionais de Arte e Saúde Mental". Já na tarde de ontem alguns eventos já começavam a acontecer, assisti uma mesa redonda ao ar livre nessa mesma praça, em que se discutiam coisas como internação em hospitais, a própria arte como terapia, etc.
O que consegui ver hoje foi a apresentação de pacientes de um hospital psiquiátrico, cujo nome não sei, eles cantaram, dançaram e se divertiram muito. Uma senhora cantou El dia en que me quieras, outra Quizás, quizás, quizás. Foi uma festival de desvios, todos perfeitamente desviantes do padrão social, uns desafinavam, outros esqueciam a letra, outros cantavam mais do que entusiasmados. Todos muito felizes, mostrando  que os padrões são mais loucos que a própria loucura e que segui-los, muitas vezes, é muito chato. Viva la locura!

Turistas e a maldição das fotos

Num dos passeios que fiz aqui em BsAs (Jardim Japonês, para ser mais específico), fui interpelado por uma moça para que tirasse uma foto dela com mais duas pessoas. Evidenciou-se, é claro, minha falta de traquejo com o aparelho, que na verdade era um celular. Perguntei-lhe onde apertava para tirar a foto e ela me instruiu. Tirei a foto e todos eles agradeceram. Juro que não me importei com isso, e não me importaria em fazê-lo novamente.
O que me importa é o fato de que as fotos tenham virado praga. Explico-me. Uma das coisas que sempre faço, e que, por estar aqui sozinho, venho fazendo com mais frequência, é observar tipos. Talvez seja uma obsessão em notar regularidades em pessoas, tentando provar pra mim mesmo que há poucos tipos, e que, sendo assim, as pessoas são bem parecidas entre elas, embora façam de tudo para parecer diferentes. Vamos a alguns episódios "fotográficos".
Com o aparecimento das máquinas digitais e celulares "faz tudo" as pessoas passaram a fotografar cada vez mais. E isso, no meu ponto de vista, se transformou numa espécie de maldição. Parece que as pessoas não saem mais para se divertir, ou para conversar, ou para namorar, mas para tirar fotos. Hoje, no momento em que estava sentado no terraço de uma galeria próxima à feira e ao cemitério da Recoleta, chegou um casal jovem com uma máquina em punho. O rapaz tirou umas quatro fotos da moça numa mesma posição, em ângulos quase idênticos. O sorriso no rosto dela, era o mesmo, armado, exatamente como faz minha filhinha Sophia, de três anos, ultimamente - mostrando forçadamente os dentes. Depois, a cena se repetiu com troca de papéis. Fiquei um momento sem observá-los e saí do local. Depois de uns dez minutos voltei e fiquei caminhando pelo espaço comum que há ali  próximo ao Hard Rock Cafe. Encontrei-os novamente e... câmera em punho, o rapaz tirava fotos da moça apontando para a logomarca do estabelecimento referido. Juro que não consigo entender o motivo de tantas fotos, não tinha nada ali que justificasse, o lugar era exatamente igual a qualquer outro do mesmo tipo. Valha-me Deus.
Um pouco antes, visitei uma igreja, colada no cemitério, por dentro muito bonita, por sinal, com adornos dourados em vários espaços. Entrei, sentei e fiquei ali por uns quinze minutos. Parecia entrevista do Lula,  dada a quantidade de flashes disparados, mas com um agravante, cinco ou seis câmeras. De novo o exagero, cinco ou seis fotos do altar, mais uma filmagem (de uma coisa parada...) e mais um tanto de fotos de outro espaço... Haja HD pra guardar tudo isso... Fico quase envergonhado de estar carregando uma câmera comigo...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

La ola se va, pero el frio se queda

Nem tanto assim... Mas foi a notícia que vi hoje na TV: a frente fria vai, mas o frio fica. Já deu pra sentir a diferença, está uns dez graus. Bem melhor assim.
Impressões gerais:
1- o povo portenho (ou boa parte dele) se esforça pra compreender o que se fala. (o que vai um pouco na contramão do estereótipo de argentino que construímos por aí) - ouvi-los, porém, não é tarefa fácil;
2- come-se muita carne mesmo;
3- as construções são muito bonitas;
4- os papelitos não estão só nos estádios, embora as ruas sejam até que limpas (com exceção dos excrementos caninos), em toda esquina da Corrientes tem cinco caras querendo te dar uma propaganda...
5- hoje fui na biblioteca nacional, bom lugar, pouco movimento, faz mas meu gênero, bem diferente do passeio de ontem que foi
6- Calle Florida, boa pra quem gosta de compras, o que não é meu caso. Muitas lojas já trazem dois preços, em Peso e Reales. Aliás, muito fácil de trombar com brasileiros por lá. Trombar mesmo, porque são todos deslumbrados, dão pinta de turistas mesmo, nem se importam, depois reclamam da sorte...
e
7- ainda não tomei nenhuma cerveja, mas já bebi muito vinho - realmente muito baratos.
8- hoje comprei quatro revistinhas do Patoruzito (um personagem dos quadrinhos de cá), acho que já comecei a trabalhar...


até

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Direto de BsAs Argentina

Aqui para um estágio, estou sofrendo um pouco com o frio. Por enquanto descobri que tem muitas livrarias, o que é um bom (ou melhor, ótimo) começo, e também que quando se entra nelas não te enchem o saco pedindo o que quer. Também o preço dos livros é de dar gosto, há muita coisa na casa dos 10 pesos, o que quer dizer entre 5 e 6 reais. Até 1 de setembro estou "argentino", pero hablando portunhol... e tentando noticiar as coisas como estão por aqui.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

copa

Parece que agora a copa vai. Acho que os atacantes se acostumaram com a Jabulani. A Argentina fez 4, Uruguai 3 e França levou 2. Nigéria e Grécia fizeram jogo de três gols. Já tá bem melhor que a primeira rodada. Aquela mesmice do jogo retranqueiro do OXO. Vamos ver se o Brasil apresenta um futebol de primeira ou vai ficar tocando bola na zaga.
De qualquer jeito fica o protesto: esse povo que só reclamou da bola, nunca chutou bola de 1,5 kg de couro puro (no campo molhado, encharcava e pesava o tiplo), como Garrincha e Pelé. Acho que estão precisando jogar um pouco na várzea pra lembrar o que é arrancar a tampa do dedão.

sábado, 29 de maio de 2010

Propagandas

Contradição em propaganda institucional deveria ser encarada como um pecado mortal! A prefeitura de  Jundiaí tem veiculado nas TVs locais uma que divulga o programa educacional do município. Uma das coisas que são enaltecidas é a instituição da escola de tempo integral. Bem no final da propaganda, a garota que divulga as inovações diz algo como agora também temos a escola de tempo integral. E o texto da propaganda é fechado pela última fala da garota: porque o objetivo não é só passar de ano, mas aprender. Quer dizer que as escolas que não são de tempo integral não conseguem fazer aprender?
Talvez (mas acho que é uma interpretação branda...), essa última fala quisesse se referir anaforicamente ao programa educacional como um todo, mas escorrega quando é colocada logo após à fala sobre a escola de tempo integral. É como se só essa modalidade de ensino fosse a mais importante inovação, e a única capaz de fazer aprender.

Outro fato: a propaganda também diz que as crianças terão dois professores em sala. Até onde sei, esse segundo professor,é um estagiário de faculdades da região. Tecnicamente não são ainda professores...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Menos de

Manchete do Jornal de Jundiaí de 27 de maio trazia a seguinte afirmação: menos da metade das escolas avaliadas é aprovada. Ler a manchete e depois o texto servem para vermos como se pode perceber que um texto nunca pode ser lido como imparcial. Tudo bem que as duas coisas não combinavam (texto e manchete). Foi mesmo um erro, eu acho, mas dá pra entender como são feitos os textos para chamar a atenção de um aspecto. 
Disse que texto e manchete não combinavam porque os números que o texto trazia desmentiam a manchete. Na verdade de 36 escolas avaliadas 15 não teriam sido aprovadas no exame do Governo de S. Paulo. Isso não totaliza mais da metade, fazendo com que o restante (21) seja menos da metade. Mas, ignoremos o erro. E vejamos que tipo de pista nos dá uso do menos
Ao usar menos o foco da leitura deve recair sobre essa palavra. Então, "menos da metade é aprovada" é uma forma de colocar em evidência que as escolas da cidade não andam bem... Se usasse outra palavra quase, por exemplo, o foco em quase faria com que a posição do texto em relação ao fato também se alterasse, estaria amenizado o fato de metade das escolas ter sido reprovada. 
Mas voltando ao erro, aquele que escreveu poderia utilizar um recurso parecido e que garantiria também seu posicionamento sem falsear os números: quase metade das escolas é reprovada. Aqui o foco recairia sobre quase, mas o restante da frase garante que é um registro negativo sobre o fato.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Greve Malfadada

Bien, je pense que...
a greve da minha categoria deu muito errado, infelizmente. O seu fim repentino pode ter algumas explicações, mas tem uma que me convence mais: nós professores não temos "fôlego financeiro" para tocar uma greve por mais de um mês. Não dá, todos tem seus salários absolutamente comprometidos e o esvaziamento da greve era inevitável. Isso prova que os salários são realmente baixos. Até, quem diria, Dimenstein admitiu isso em recente comentário na Folha Online (embora lá, fizesse papel de advogado do diabo). Em todos esses anos de governo tucano, uma coisa foi feita direito: conseguiu-se reduzir o poder de compra dos salários dos professores tão drasticamente que mesmo um dia de paralisação causa um rombo nas finanças de muitos de meus colegas. Digo isso com conhecimento de causa, pois é duro "conquistar" um professor sequer para fazer um mísero dia de paralisação. Infelizmente muitos de meus colegas não se dão conta disso e cada vez mais vemos professores dobrando jornada, seja com outro cargo de professor ou com outra atividade. Nesse último caso, ser professor é que se torna um "bico", já que qualquer outra atividade braçal rende mais. Mas, talvez, seja infelicidade para mim e não para meus colegas...

Aurevoir, mes amis!!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Comemorando

Poderia começar comentando a greve dos professores do estado de S. Paulo, da qual não estou participando por um motivo bem óbvio: estou afastado das minhas aulas. Obviamente se não estivesse, estaria engrossando o caldo do descontentamento. De qualquer forma deixo aqui registrado meu repúdio contra um punhado de atitudes dessa gestão, em especial a política salarial, que praticamente congelou o salário inicial. Repudio também declarações que andaram surgindo, como "é uma greve política". Ora pois, qual não é?
O que vou comentar, na verdade, é uma nota de comemoração que se encontra no site da secretaria de educação. Trata-se de um aluno que representará o estado de sp no quadro soletrando de um programa de televisão global. Não sei se concordo com uma nota desse tipo, talvez por uma questão simples: participar de um programa global não quer dizer muita coisa. Na verdade, talvez até atrapalhe a vida de muita gente que, despreparada para enfrentar a "fama repentina" acaba metendo os pés pelas mãos.
Obviamente que acho que a família do garoto, ele próprio, quem sabe até sua escola devam comemorar bastante, o que não quer dizer idolatrar, que fique bem claro. Mas daí a uma secretaria comemorar, acho estranho, porque me parece que se trata de um conhecimento (soletrar) individual, que talvez nem tenha muito a ver com o sucesso de um modelo de escola. De certa forma é fazer cortesia com chapéu alheio. E nesse caso fazer a cortesia errada.
Acho que um programa desse tipo não ajuda em muita coisa. Soletrar é uma técnica que se adquire, dentre outras coisas (como a memória sequencial, p. ex.) pelo domínio de um campo da escrita, especificamente o ortográfico que, diga-se de passagem, é o menor dos males enfrentados pela escola atual.
Ortografia é convenção, para se escrever de acordo com a ortografia vigente deve-se, de certa forma, decorar o que se convencionou. Nao se trata, portanto, de um conhecimento linguístico. Saber que cicuta se escreve com "c" talvez não demonstre que o aluno saiba escrever e ler adequadamente. Cito casos do tempo da cartilha. Era bem comum os meninos daquela época escreverem todas as palavras corretamente, mas não quer dizer que escrevessem bons textos. Acho que "o boi baba" é uma frase típica desse período. Era, pois, muito comum o texto cartilhesco, uma sequência de frases desconectadas, mas todas corretas, sem nenhum problema ortográfico. Ora, é isso um bom texto?
A secretaria ainda classifica o quadro do programa como um "desafio de língua portuguesa". É mesmo? Não seria um desafio de ortografia?

quinta-feira, 11 de março de 2010

As canções são culpadas?

Frequentemente recebo por e-mail aquelas mensagens que são ou para ser engraçadas ou mesmo para provocar algum tipo de reflexão. Geralmente são anônimas ou atribuídas a algum autor famoso. Numa delas, atribuida a Verissimo, questiona-se a qualidade das músicas populares (leia-se comerciais) brasileiras. De certa forma, a mensagem é bastante engraçada, na medida em que relaciona essas músicas com drogas que viciam. Mas a mensagem que me deixou, no mínimo, encabulado, foi uma recebida no começo da semana. Reproduzindo livremente, nela associa-se o fracasso do Brasil, os traumas que temos, com os temas das canções para crianças oriundas do repertório popular. Nessa mensagem, comentam-se cantigas como boi da cara preta, nana neném, o cravo brigou com a rosa, etc. Assim ressalta-se o problema das ameaças contidas nas músicas (pega essa menina que tem medo de careta, nana neném que a cuca vem pegar) ou mesmo o sadismo de outras (atirei o pau no gato). No fundo o texto como um todo passa uma impressão de que tudo está errado, de que o Brasil e o brasileiro não sabem como tratar as crianças, de que com músicas desse tipo não há o que esperar de nós.
Acho bastante complicado pensar dessa forma, por inúmeros motivos, mas um dos que me motiva a escrever sobre isso é meramente histórico. Vivemos num tempo em que se confundem muitas coisas. Os direitos da criança, do adolescente, por exemplo, são muitas vezes, motivo para que pensemos que eles devem ser privados de certas coisas. Há pais, que não querem que seus filhos estudem com livros que demonstrem a desigualdade social, bem como há aqueles que acham que a educação não deve passar pela chatice da bronca, da imposição de limites, etc. (criando um monte de monstrinhos). No caso das cantigas populares, temos que ter pelo menos uma ideia em mente, trata-se de (acho que é uma tautologia) cantigas populares (aqui no sentido de folclóricas, que "sempre" estiveram por aí), que foram produzidas há muito tempo, quando a criança talvez nem fosse nomeada como tal. Não é ideal olhá-las com os olhos de nossa época, apenas. O que fazer então com essas cantigas? Devemos esquecê-las e cantar, coisas como o xuxucão para as criancinhas. Não acho que seja por aí, mesmo porque isso, em certa medida, é também esquecer um passado, que é nosso e por isso não deve ser esquecido, é também negar uma cultura, que também é nossa...
Mas ainda é possível ver na mensagem uma comparação nítida entre culturas muito diversas. O texto inicia fazendo menção às cantigas norteamericanas, nas quais (segundo o texto) não há nenhum tipo de ameaça, etc. etc. Será que é por isso que eles não querem parar de poluir o planeta? ou teimam em invadir terras com uma fúria terrorista contra um terrorismo por eles próprios criado?
Ainda a título de comparação, o que dizer das histórias infantis que vêm de fora? Elas também não têm a sua dose de sadismo contra os animais? (vejam a figura do lobo...). Todavia devo abrir a guarda e reconhecer que uma mensagem como essa é um belo material para revelar o quanto nós brasileiros valorizamos o que é dos outros e desvalorizamos o que aqui temos. Sem se dar conta que talvez as coisas de cá e de lá são da mesma natureza. E só.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pena Branca

A semana começou com uma grande tristeza para os apreciadores de música brasileira. O Brasil perdeu uma de suas grandes vozes. Pena Branca faleceu com 70 anos. Fica aqui nesse blog a nota de pesar.
Não há muito o que falar, quem conhece certamente sabe que era realmente uma grande voz, quem não conhece deveria conhecer. Nas músicas cantadas por ele, seja em carreira solo ou em parceria com seu irmão (que também morreu, em 1999) Xavantinho, há diversas aulas de Brasil, o Brasil alegre, mas também o Brasil triste da desigualdade, da seca, do preconceito... Pena Branca foi, com certeza, muito mais do que uma voz, talvez tenha sido representante de um gênero musical que não existe senão com ele (e com a dupla que se dissolveu com a morte de Xavantinho).
Deixa um vácuo que talvez não seja ocupado por mais ninguém.
Adeus, Pena Branca!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Jornalismo e língua

Reportagem de jornal local (JJ - Jundiaí-SP de 31 de janeiro de 2010) não poderia ser tão oportuna para demonstrar o quão desinformados estão alguns jornalistas quando o assunto é língua. Como em muitas outras, o tema desta era a reforma ortográfica em implementação nos países de língua portuguesa. A jornalista desfilou em seu texto um festival de chavões. Um deles é bem conhecido, trata-se de afirmar direta ou indiretamente que o Acordo Ortográfico traz mudanças para a língua. Não há afirmação mais equivocada sobre o assunto. A língua não muda e não mudará por força de lei. As mudanças que ocorrem na língua se dão por motivos sociais, históricos, geográficos, étnicos... não há, portanto, mudança decretada por governos. Tenho, porém, de esclarecer um ponto que pode prejudicar a leitura e o entendimento do que estou escrevendo. Digo que o Acordo não muda nada na língua por um motivo bem óbvio, ele é um acordo ortográfico, o que quer dizer que atinge a forma como escrevemos as palavras, como as acentuamos... regras, portanto de escrita. E, pasmém, a escrita não é a língua, mas uma representação dela. Escrita e língua não são a mesma coisa, taí uma das coisas que os jornalistas deveriam aprender de uma vez por todas. Talvez se lessem alguns livros de linguística compreendessem isso, né? Um exemplo bem simples, mas que talvez funcione bem é a palavra menino. Por que insistimos em falar algo como mininu e temos que escrever menino? Porque para a escrita mudar é preciso que "sábios" no assunto se reúnam e digam se é possível mudá-la. Já quando se usa a língua, não. Neste caso, as mudanças aparecem de acordo com os interesses de uma sociedade, de um grupo,etc. Vejam, por exemplo, a eliminação dos plurais redundantes no português falado por classes mais pobres da sociedade (é nóis na fita, saí com duas mina na mesma noite). Assim, não quer dizer que com a supressão do trema saiamos por aí falando algo como SINKENTA (cinquenta sem a pronúncia do u).
Voltemos aos chavões da reportagem. Outro daqueles: "as mudanças representam apenas 0,5% das palavras do vocabulário brasileiro". Não, minha cara jornalista, o Acordo não muda as palavras, mas a grafia delas.
Para terminar, o Acordo "tem a intenção de tornar a língua portuguesa mais forte", como é que se faz isso? Dá vitamina para ela?