sexta-feira, 28 de maio de 2010

Menos de

Manchete do Jornal de Jundiaí de 27 de maio trazia a seguinte afirmação: menos da metade das escolas avaliadas é aprovada. Ler a manchete e depois o texto servem para vermos como se pode perceber que um texto nunca pode ser lido como imparcial. Tudo bem que as duas coisas não combinavam (texto e manchete). Foi mesmo um erro, eu acho, mas dá pra entender como são feitos os textos para chamar a atenção de um aspecto. 
Disse que texto e manchete não combinavam porque os números que o texto trazia desmentiam a manchete. Na verdade de 36 escolas avaliadas 15 não teriam sido aprovadas no exame do Governo de S. Paulo. Isso não totaliza mais da metade, fazendo com que o restante (21) seja menos da metade. Mas, ignoremos o erro. E vejamos que tipo de pista nos dá uso do menos
Ao usar menos o foco da leitura deve recair sobre essa palavra. Então, "menos da metade é aprovada" é uma forma de colocar em evidência que as escolas da cidade não andam bem... Se usasse outra palavra quase, por exemplo, o foco em quase faria com que a posição do texto em relação ao fato também se alterasse, estaria amenizado o fato de metade das escolas ter sido reprovada. 
Mas voltando ao erro, aquele que escreveu poderia utilizar um recurso parecido e que garantiria também seu posicionamento sem falsear os números: quase metade das escolas é reprovada. Aqui o foco recairia sobre quase, mas o restante da frase garante que é um registro negativo sobre o fato.

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