quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ainda sobre eleição

Não deveria justificar porque não voto no candidato tucano. Mas fiz isso em postagens anteriores e farei, novamente, nessa. Talvez com um pouco mais de sentimentalismo. O fato é que, como funcionário público de São Paulo, não posso deixar de dizer quão danosos foram e têm sido os governos tucanos para o funcionalismo, em especial o desse senhor que fez (e faz) de tudo para ser presidente da república (lembrem-se que foi o mesmo que disse que não deixaria a prefeitura de São Paulo e depois de dois anos... Também é o mesmo que deixou o governo do estado. Aliás há um vídeo do José de Abreu que circula na Internet, no qual o ator diz que nem o mandato de presidente da UNE o candidato cumpriu...).
Desde que os tucanos começaram a governar São Paulo, temos assistido a um arrocho salarial do funcionalismo. Em especial, quando se trata de professores, parece que a coisa é pior. Levantamento do Dieese mostra que o salário do professor atualmente perdeu aproximadamente 70% do valor que tinha em 1980. Não se trata apenas do professor de educação básica. Também os de nível superior têm enfrentado a mesma política. Brinca-se, com piadas sobre os salários de docentes das universidades paulistas, que há 20 e tantos anos o salário mensal comprava um Chevette (zero) e agora compra também, o mesmo Chevette, de 20 e tantos anos. 
Engraçado, no entanto, é que se diz por aí que o salário mínimo será de 600 reais. Também se diz que o salário mínimo do estado de SP é maior que o da nação. É fato que o tucano candidato lançou um programa que se chama "piso salarial paulista" e que realmente esse piso é maior que o salário mínimo. Mas vejam que esse piso, o governo não paga para seus funcionários. É um piso que se aplica apenas à iniciativa privada. 
O tucanato deve nutrir um sentimento não muito legal com relação ao funcionalismo, não há outra explicação. Não é possível acreditar que um governo tucano vai melhorar a situação do país e a vida das pessoas se seus governos não dão condições mínimas de trabalho (e por que não, de vida, já que os salários não conseguem mais cobrir basicamente o que se paga para viver em SP. Basta ver a situação de professores que têm que acumular dois empregos para sobreviver mais dignamente - há aqueles que trabalham mais de 50 horas com alunos) para seus funcionários, que, vejam, também são pessoas. Ah! Sim, os funcionários também são seres humanos, não é? Eles também têm família, necessitam morar, comer, vestir, etc.
Será que é por isso que a carreira de professor não atrai mais ninguém?

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